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A Imprensa da Universidade e a consciência crítica

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Luís Reis Torgal

O texto deste pequeno livro serviu de base a uma charla que proferi, a pedido do diretor da Imprensa da Universidade de Coimbra, Doutor Delfim Leão, e da subdiretora, Dr.ª Maria João Padez, em 17 de dezembro de 2014, por altura da celebração dos 240 anos da sua instalação e das suas primeiras edições, no tempo do Marquês de Pombale do reitor-reformador D. Francisco de Lemos, natural do Brasil. Não se trata de uma obra absolutamente original, na medida em que me servi de outros meus textos já publicados. Mas foi composta de propósito para essa sessão que se realizou na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, sob a presidência do seu director, Doutor José Augusto Bernardes, no ano em que simbolicamente a “Livraria da Universidade” celebrou 500 anos e no dia em que foi lançada a sua primeira história. Além disso, acrescentei-lhe algumas notas que me foram sugeridas durante a sessão, que teve no início a intervenção dos ex-directores da Imprensa depois da sua refundação em 1998, Doutores Fernando Regateiro, José Faria e Costa e João GouveiaMonteiro, sob o tema “Desafios e perspetivas das editorasuniversitárias na actualidade”, dado que a IUC foi extintaem 1934 pelo governo de Salazar, quando era seu administradoro Doutor Joaquim de Carvalho e em que era publicado,já com data de 1935, o livro Amor Místico, da autoriado meu mestre, que sempre recordo, Doutor Sílvio Lima.

Inicio, porém, a publicação destes apontamentos, comofiz na sessão, com uma homenagem póstuma ao reitor queacabou por refundar a IUC e que recebeu neste ano o prémio“Joaquim de Carvalho”: o Doutor Fernando Rebelo, meu colegados bancos da Faculdade, meu adversário vitorioso naseleições para reitor em 1998 e meu amigo, que guardo namemória daqueles que vão partindo. Mas, como a IUC é efoi sempre um organismo vivo, homenageio também os seusatuais diretores e todos os funcionários, alguns efémerosque, depois de terem aprendido a difícil arte que supõe olabor de uma editora, saem dela em busca de um outroemprego, por vezes pouco adequado à sua formação. Constituemtodos um exemplo de entrega a uma causa que merecetodo o apoio da Universidade, numa altura em que foiconsiderada Património da Humanidade e em que pode darum contributo fundamental à expansão da língua portuguesae à ciência e à cultura que aqui se produzem.Como se verá — como dizia, na sua oportuna intervenção,o seu ex-diretor, Doutor José Faria e Costa, em relação àspalavras que proferiu — não vou tanto falar da Imprensa daUniversidade como da Universidade (no seu sentido geral)e na conceção de cultura que hoje existe ou que julgocontinuar a existir. Mas espero que, desta forma, vá tambémfalar da Imprensa da Universidade, em sentido crítico, poisnão se pode falar das instituições de ensino, de ciênciae de cultura sem essa consciência. Se assim fosse, a Universidadedeixaria de ser Universidade e a sua Imprensa nãodesempenharia o seu papel, como sucede, podendo e devendo,todavia, aperfeiçoá-lo. Recusando o pragmatismo quehoje se instalou na sociedade e que mata a tendência comunitáriaque fez e faz a essência da Universidade e da cultura,deve, no entanto, aproveitar as tecnologias e os métodosexistentes para tornar visível esta editora, que — na suanova vida — já tem cerca de 16 anos de trabalho, marcadopor uma produção livreira cada vez mais significativa.

1.ª Edição
ISBN:
978-989-26-0960-7
eISBN: 978-989-26-0955-3
DOI: 10.14195/978-989-26-0955-3
Série: Outros Títulos
Páginas: 59
Data: Abril, 2015

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