/ Catálogo / Livro / Capítulo

Non multa sed multum: Fichte e a fundação da Universidade de Berlim

Non multa sed multum: Fichte and the foundation of the Berlin's University

≈ 2 mins de leitura

Federico Ferraguto

O artigo visa discutir a concepção fichteana da Universidade e do ensino universitário a partir dos conceitos fundamentais que caracterizam a Doutrina da Ciência na sua fase tardia (1810-1814) e em relação às concepções apresentadas por W. von Humboldt, no escrito Über die innere und äussere Organisation der höheren wissenschaftlichen Anstalten in Berlim, e por F. Schleiermacher nos Gelegentliche Gedanken sobre a Universidade. Depois de uma apresentação geral da relação entre Lehren e Lernen da Filosofia na fase jenense da Doutrina da Ciência e no contexto das atividade do Philosophisches Journal (§1) o artigo analisa o conceito de capacidade (Fertigkeit, § 2) e de comunicabilidade da filosofia (§ 3) a partir das indicações dadas no Deducierter Plan para a futura Universidade de Berlim esboçado por Fichte já em 1807. O modelo educativo proposto por Schleiermacher baseia-se em uma concepção que deixa mais espaço às forças concretas dadas no espírito humano, pressupondo que os objetivos formativos das Universidades podiam ser alcançados de maneira quase automática e imediata. Por outro lado, a ideia que motiva tanto as concepções de Humboldt e de Schleiermacher tem a ver com uma dissolução da relação ‘vertical’ entre docente e discente em função de uma concepção do ensino baseada sobre uma cooperação e uma reciprocidade centradas sobre a confrontação de hipóteses para desenvolver uma busca comum, e infinita, da verdade. O modelo que emerge do plano fichteano de 1807 baseia-se sobre uma certa inevitável constrição envolvida na definição do processo educativo e implica a negação de toda possibilidade de um acordo consensual sobre os resultados da pesquisa científica. A educação universitária tem que representar um instrumento para o estudante alcançar as regras universais para atuar uma visão científica do real, assim como as competências para torná-las úteis na vida concreta. De fato, o fim da formação universitária não se realiza, para Fichte, no aperfeiçoamento do conhecimento de quem tem que ser formado, mas em um trabalho que torna o Lehrling hábil para formar uma visão que tenha validade universal e seja ligada estruturalmente com uma efetuação na vida.


ISBN:
978-989-26-1753-4
eISBN: 978-989-26-1754-1
DOI: 10.14195/978-989-26-1754-1_7
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 119-185
Data: 2019

Palavras-Chaves

Download


Outros Capítulos (13)

Prólogo

[s. n.]

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_0

Filosofía de la historia y olítica en Fichte

Coves Faustino Oncina Coves

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_1

La relación sistemática del derecho y la moral en Fichte

Ugarte Óscar Cubo Ugarte

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_2

O ser κατ’ ἐξοχήν e o lugar da religião na filosofia transcendental

Luciano Carlos Utteich

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_3

O “universal-particular”: a relação entre povo e Estado nos escritos de Fichte sobre Maquiavel

Carlos Morujão

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_4

Génesis y concepto de Estado en Die Grundzüge de Fichte

Mariano Gaudio

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_5

Non multa sed multum: Fichte e a fundação da Universidade de Berlim

Federico Ferraguto

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_7

Fichte y el uso polémico de la filosofía de la historia antigua

Lozano Valerio Rocco Lozano

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_6

Filosofia aplicada e idealismo na Staatslehre de 1813

João Geraldo Martins da Cunha

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_8

Fichte: la guerra verdadera y los principios del Estado de derecho (1813)

Jacinto Rivera de Rosales

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_9

El enigma del ‘Zwingherr’

Bazzan Marco Rampazzo Bazzan

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_10

As potências da história na Doutrina do Estado de 1813

Diogo Ferrer

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_11

Estado, Cristianismo e Historia

Salvi Turró

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1754-1_12