Do cloisonné ao liriforme: diacronias de um adorno de vestuário na Alta Idade Média

Andreia Arezes

O presente estudo trata de um conjunto específico de artefactos metálicos utilizados sobre o vestuário: as fíbulas que foram encontradas no actual território português entre o século V e os inícios do VIII. A análise e interpretação procura organizar os materiais inventariados em tipologias próprias, permitindo distinguir três ‘grupos’ de objectos que refletem diferentes contextos e influências, nomeadamente através de soluções técnicas e estéticas. O corpus de materiais inventariados não provém exclusivamente de ambientes funerários. Alguns foram exumados em villae romanas ou tardo‑‑romanas, por vezes relacionadas com necrópoles, pontos de povoamento ou abrigos. Em outros casos, contudo, a sua proveniência é totalmente desconhecida, o que dificulta a sua interpretação. No ‘microcosmos’ de uma sepultura, as fíbulas integram o conjunto de artefactos que acompanhavam o indivíduo. Mas uma sepultura não representa necessariamente um espelho do quotidiano, pois pode revelar uma composição específica para o enterramento. Todavia, considera-se que a sua presença reflete a condição social do defunto, perpetuando uma posição hierárquica que se pretendia manter no mundo dos mortos. Este é um dos pontos a ser considerado, entre outros, que procuramos explorar no presente estudo. Apesar das limitações inerentes, procuramos discutir as informações fornecidas pelos elementos de adorno e articulá-las com o contexto e com o paradigma concetual que lhes está subjacente.

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ISBN: 978-989-26-1352-9
eISBN: 978-989-26-1353-6
DOI: 10.14195/978-989-26-1353-6_6
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 139-160
Data: 2017

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