Ricardo AlmendraAdriana LoureiroPaula Santana
A incidência da doença mental apresenta variações territoriais, entre países e entre regiões do mesmo país. Apesar disso, o conhecimento sobre a distribuição geográfica da doença mental é ainda insuficiente. O objetivo deste trabalho é analisar o padrão espacial e sazonal da morbilidade hospitalar por perturbações mentais em Portugal Continental, entre 2008 e 2012. Com base na informação proveniente da base de dados dos Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) fornecida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), foram analisados os internamentos hospitalares cuja principal causa foi perturbação mental (CID 9: 290-319) ou causa externa (principal) de suicídio e lesão auto-infligida (CID9: E95), agregando a informação para as 28 NUT III do Continente. Foram calculadas taxas de internamento padronizadas, razões padronizadas de internamento e testou-se a possível existência de aumentos sazonais estatisticamente significativos através do teste chi-square goodness of fit. Verificou-se que a morbilidade hospitalar por perturbações mentais é superior nas mulheres, principalmente nas classes etárias mais envelhecidas. Foram identificados importantes contrastes territoriais, destacando-se a região Centro pelos valores elevados. Contrariamente à maioria das causas de internamento, e de morte, as perturbações mentais são superiores na primavera e verão e muito inferiores no inverno. A identificação de territórios de risco proporciona importantes informações que devem ser incorporadas no desenvolvimento de políticas e estratégias que resultem em melhores resultados em saúde.
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ISBN:
eISBN: 978-989-26-1105-1
DOI: 10.14195/978-989-26-1105-1_2
Área: Ciências Sociais
Páginas: 28-35
Data: 2015
Palavras-Chaves
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