Intervenção médico sanitária urgente em situações de catástrofe: análise e conceptualização
Emergency medical-sanitary intervention in disaster situations: analysis and concept
Romero Bandeira
A noção de Medicina de Catástrofe surge-nos como uma prioridade numa emanação dos tempos que correm. A este tipo de intervenção médica pluridisciplinar e polivalente junta-se uma preocupação constante que vem a ser a existência duma desadequação entre o número de vítimas e a capacidade de socorro; concomitantemente há uma fase inicial com um período de improvisação puro. Estas circunstâncias fazem com que a Medicina de Catástrofe se paute por métodos e processos específicos e diferentes da Medicina de Urgência habitual. Assim, como Urgência Coletiva: estas situações existem mas, podem ser consideradas como um prelúdio à prática da Medicina de Catástrofe ou um simples prolongamento da Medicina de Urgência no quotidiano? (Noto, 2010a, Fouilla, 2011 e Fontanille, 2011). Como Resposta Polimorfa: tem por substrato, muitas vezes, a inadequação dos meios disponíveis versus as necessidades imediatas, a qual, quando existe, se pretende que seja parcial e transitória (Noto, 2010a). O caos gerado em situação de catástrofe, face ao contexto de exceção que vem a ser o caos que impregna uma situação de catástrofe, não permita esquecer que ao lado da Medicina de Urgência temos toda uma vertente da medicina do quotidiano. Devemos precisar o que ela não é. Não é uma Medicina que cuida de órgãos ou funções (ex. Pneumologia), não é uma atividade de separação anatómica (ex. Cirurgia), não é uma Medicina de agressão química ou física (ex. Cancerologia), não é uma Medicina de Diagnóstico (ex. Radiologia), não é uma Medicina do espírito (ex. Psiquiatria). É praticada desde quando? Inicialmente foi organizada nas ações de massa em cuidados de Urgência extra-hospitalares, mas, a exemplo da Medicina de Guerra, de que é herdeira, teve de equacionar os procedimentos logísticos inabituais na prática médica corrente mesmo no que concerne às situações de urgência polivalentes.
—
ISBN: 978-989-26-1696-4
eISBN: 978-989-26-1697-1
DOI: 10.14195/978-989-26-1697-1_9
Área: Ciências Naturais
Páginas: 323-371
Data: 2018
Palavras-Chaves
—
Outros Capítulos (13)
Alguns conceitos à luz da teoria do risco
Luciano Lourenço;A. Betâmio de Almeida
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_1
Repensando os riscos, com um olhar desde o território
María Augusta Fernández Moreno
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_2
A visão do risco pela sociologia
Norma Valencio
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_3
Uma classificação de riscos na óptica da proteção civil
Luciano Lourenço
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_4
Questões metodológicas da análise e avaliação do risco
Adélia Nunes;Fátima Velez de Castro
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_5
Modelos de gestão dos riscos e as políticas públicas
Alexandre Oliveira Tavares
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_6
A gestão do risco, como uma medida de prevenção
A. Bento-Gonçalves;A. Vieira;L. Martins;D. Pereira;J. Monteiro
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_7
A gestão da catástrofe, como medida de resposta à crise
Salvador Almeida
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_8
Intervenção médico sanitária urgente em situações de catástrofe: análise e conceptualização
Romero Bandeira
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_9
O sistema de proteção e socorro em Portugal: evolução e desenvolvimento
António Amaro
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_10
A recuperação emocional e o apoio psicológico às vítimas
Cristina Queirós;Fernando Passos
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_11
A gestão da pós-catástrofe, como medida de proteção e de mitigação da crise, bem como de aumento da resiliência
Salvador Almeida
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_12
A socialização pós-catástrofe
Norma Valencio
https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1_13