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“Não é saudade. É identidade”: a história na génese da construção de identidade e legitimação das organizações

“It’s not saudade. It is identity”: history in the genesis of the construction of identity and legitimation of organizations

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Rosa Maria Sobreira

A literatura produzida, desde a década de 1990, sobre a importância de olhar para o passado das organizações parece confirmar que a história e os processos de construção de memória das organizações podem ser poderosos instrumentos de autoconhecimento e de relação com os seus stakeholders internos e externos e que as ajudam a dar sentido e a legitimar a sua ação. A compreensão das origens de uma organização aponta caminhos para o futuro e, sobretudo, pode ajudar a responder às interpelações provenientes de um espaço público cada vez mais vigilante e crítico que questiona a legitimidade das organizações. A necessidade de legitimação obrigou as organizações a prestar atenção ao que a literatura designa de gestão de recursos intangíveis e que são a identidade, a cultura, a imagem e a reputação (Nassar, 2012; Hallahan, et al, 2007;Kunsch, 2007; Argenti,2005; Cornelissen, 2004; Van Riel, 1995). É no âmbito da gestão desses recursos intangíveis que a comunicação estratégica das organizações reclama para a sua área de atuação a Responsabilidade Histórica das Organizações como instrumento de relacionamento e legitimação das mesmas.O que aqui procuramos fazer é apresentar uma reflexão de como as narrativas históricas das organizações são relevantes para que estas coloquem o seu passado não só ao serviço dos objetivos do presente, mas também das expectativas para o futuro (Ravasi, 2014; Nassar, 2012; Almeida, 2001; Thevenet, 1997). Desta forma, procuramos refletir e exemplificar, através de casos portugueses, como esse referencial histórico pode ser pensado para ser uma “montra” dos traços da identidade organizacional e, consequentemente, um instrumento de legitimação social das organizações.Este exercício tem por base dois eixos orientado um proveniente da teoria das organizações e da gestão, na medida em que estas temáticas serão enquadradas como consequência da evolução do conceito de organização; o outro oriundo da literatura sobre comunicação estratégica das organizações, uma vez que pretendemos colocar a temática da Responsabilidade Histórica das Organizações no âmbito do planeamento estratégico de comunicação como elemento integrante dos processos de construção identitária com vista à projeção de uma determinada imagem.


ISBN:
978-989-26-1557-8
eISBN: 978-989-26-1558-5
DOI: 10.14195/978-989-26-1558-5_2
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 41-73
Data: 2018

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