José Miguel Rodrigues
Pelo menos desde Adolf Loos, o ornamento enquanto instrumento basilar da arquitetura como ofício tem sido posto em causa. A recusa da possibilidade de um ornamento moderno, a sua progressiva supressão na obra moderna e, por fim, o vaticínio da sua extinção absoluta, constituem, concomitantemente, fatores para o ressurgimento da ideia de ornamento que conhecemos a partir de Leon Battista Alberti: uma espécie de beleza auxiliar ou complementar, um atributo acessório, “acrescentado mais do que inato”, em última instância, uma forma de corrigir aspetos defeituosos das obras quando a raridade da beleza inata não se manifesta e, também, podemos pensá‑lo, uma forma de corrigir os edifícios a quem o Livro Décimo do De re aedificatoria é dedicado. Ernesto Nathan Rogers e, através dele, Giorgio Grassi – retomando ambos o problema do ornamento enquanto aspeto essencial e decisivo do ofício do arquiteto – constituem o testemunho do que propomos ver como ressonâncias albertianas.
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ISBN: 978-989-26-1014-6
eISBN: 978-989-26-1015-3
DOI: 10.14195/978-989-26-1015-3_18
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 351-370
Data: 2015
Palavras-Chaves
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