Ontologias e idiossincrasias dos Amantes, à luz da Archipathologia de Filipe Montalto
Joana Mestre CostaAdelino Cardoso
Desde a Antiguidade Clássica, despertam os amantes o engenho do labor poético, a curiosidade do pensamento filosófico e, mesmo, o interesse da análise médica. A verdade é que, entregues a um imoderado sentimento, aqueles que amam nem sempre se mostram capazes de conciliar a razão e os sentidos, acabando por se deixar dominar por um espírito insano. É, precisamente, sobre este motivo que reflete Catulo, no seu carme 85, ou, antes dele, Anacreonte, no fragmento 46, conquanto se acerque já o poeta latino de uma apreciação mais idiossincrática. Com efeito, da mesma excruciação se ocupa Filipe Montalto, ao deter-se, no Tratado Quinto da sua Archipathologia datada de 1614, sobre a “Insânia dos Amantes”. Evidentemente que é médico o olhar de Montalto, e que este é um entre dezoito tratados que procuram a classificação das afeções neuropsiquiátricas. Assim, à semelhança das demais doenças elencadas, também no que à insânia dos amantes diz respeito, se investigam e procuram estabelecer as causas, a sintomatologia e uma terapêutica para a enfermidade. São estas ontologias e idiossincrasias dos Amantes, sobretudo as possíveis à luz da Archipathologia de Filipe Montalto, que pretende este trabalho explorar
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ISBN:
eISBN: 978-989-26-0941-6
DOI: 10.14195/978-989-26-0941-6_8
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 211-225
Data: 2015
Palavras-Chaves
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