Palavras falsas e o portão de Hades: a mentira como transgressão em Homero
False words and the gate of Hades: lies as transgression in Homer
Lopes Antonio Orlando Dourado‑Lopes
Para desenvolver o tema da condenação moral da mentira, proponho o comentário de uma passagem de cada um dos poemas homéricos, relacionadas entre si pela repetição de um mesmo verso formular. Na primeira delas, Aquiles inicia sua resposta a Odisseu na ‘Embaixada’ afirmando (Il.9.312‑313): “Pois me é odioso tal como o portão de Hades / quem uma coisa encobre em seu ânimo e outra diz.” Já em em Odisseia.14.156‑157 é Odisseu que diz ao porqueiro Eumeu: “Pois me é odioso tal como o portão de Hades / quem, cedendo à pobreza, profere enganos.” Após evocar alguns aspectos mitológicos essencias sobre o reino dos mortos, contextualizarei a temática homérica dos graus de mentira para mostrar que ela se insere em um programa ético mais amplo, envolvendo a correspondência entre palavra e ação, em particular as noções de palavras e ações ‘vãs’.
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ISBN:
eISBN: 978-989-26-0841-9
DOI: 10.14195/978-989-26-0841-9_2
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 27-58
Data: 2014
Palavras-Chaves
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