Roberto Arruda de Oliveira
A crença no mito do Eterno Retorno, “nascimento” e “morte” cíclica do mundo, compartilhado entre diversas sociedades antigas, parece ter tido início quando dos tempos da colheita: até os etruscos dela falaram. Ao longo do tempo, contudo, foi reinterpretada de formas diversas, e, tendo sido absorvida pelos estoicos e neopitagóricos, termina chegando pelo séc. I a.C. em Roma. A Idade de Ouro, prenunciada na Quarta Bucólica, apresentava‑se como uma tentativa de restabelecimento do “paraíso perdido” da humanidade: o período de tempo necessário ao recomeço, o Grande Ano estava terminando. O poeta, inspirando‑se nas Idades descritas por Hesíodo, profetiza pela boca da Sibila de Cumas o fim da última idade, a pior delas, a de Ferro, e o novo nascimento da primeira, a paradisíaca, a de Ouro. O momento político propiciava essa crença: a Guerra Civil, o assassinato de César, a disputa pelo poder entre Marco Antônio e Otávio. Esse momento de crise inspirou em Virgílio a “certeza” de que ele estaria na Idade de Ferro e que, em breve, o cônsul Polião, seu protetor, traria de volta, reconciliando Marco Antônio e Otávio (Tratado de Brindes), a paz ou a mítica Idade de Ouro.
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ISBN: 978-989-26-1052-8
eISBN: 978-989-26-1053-5
DOI: 10.14195/978-989-26-1053-5_5
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 87-97
Data: 2015
Palavras-Chaves
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