Notas para uma geografia dos desportos radicais no centro de Portugal (1998)
Lúcio Sobral da CunhaFernanda Delgado Cravidão
A Revolução Industrial trouxe profundas modificações nos conceitos de tempo de trabalho, de tempo livre e nas relações entre o tempo e o espaço. O turismo, actividade onde o tempo livre é fundamental, surge, assim, como uma consequência e, segundo alguns autores, mesmo como uma criação da Era Industrial. No entanto, o final do milénio tem sido caracterizado por profundas mudanças sociais que passam, entre outras, pelo mundo do trabalho, pelo tempo de lazer em geral e pelo turismo em particular. Descobrem-se novos percursos, reinventam-se itinerários, exploram-se recursos até agora quase ignorados. Surgem, assim, novas formas de ocupação do tempo livre onde o imaginário, o real e o virtual se cruzam com as novas necessidades do comportamento humano, em que o risco e a aventura estão quase sempre presentes. Na última década tem vindo a assistir-se a um acréscimo acentuado dos chamados “Desportos Radicais”. Aqui, quase tudo se cruza. O risco, os novos percursos, o contacto com a natureza... Isto é, assiste-se a uma cumplicidade entre o natural e o social consumida essencialmente pelas sociedades urbanas ocidentais. Pretende-se, com este texto, mostrar como Portugal não ficou alheio a este fenómeno que, em alguns casos, pode vir a assumir importância significativa no desenvolvimento local e regional, contribuindo para construir novas e melhores imagens de alguns «espaços naturais» no território nacional.
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ISBN:
eISBN: 978-989-26-0432-9
DOI: 10.14195/978-989-26-0432-9_7
Área: Ciências Sociais
Páginas: 131-144
Data: 2008
Palavras-Chaves
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