Um passado mais-que-perfeito: o impacto do clássico na arquitectura britânica
Maria Isabel Donas Botto
O “império do bom gosto” é uma expressão que, na sua versão inglesa – “the rule of taste” –, tem sido largamente utlizada para descrever o domínio de parâmetros clássicos que marcou o desenvolvimento das artes, e em particular da arquitectura inglesa, durante perto de dois séculos (entre os meados do século XVII e o princípio do século XIX). O grande número de casas senhoriais construídas durante esse período constitui a expressão mais eloquente deste classicismo. A “country house” foi desde então elevada a ícone do (bom) gosto, da tradição e da identidade nacionais. A identificação do classicismo com a tradição arquitectónica britânica não foi, contudo, pacífica, tendo-se verificado, desde o princípio do século XIX e até aos nossos dias, um persistente e nem sempre bem sucedido desafio dos parâmetros clássicos. Neste ensaio parte-se do comentário do processo de implantação da estética clássica, cujo carácter normativo foi consagrado no paladianismo e simbolizado na mansão senhorial jorgiana. O objectivo prende-se não apenas com a apreciação do alcance de algumas das propostas estéticas mais desafiadoras do “gosto inglês”, mas também com o debate que continua a marcar a arquitectura britânica, entre o que uns chamam de “tradicionalismo” e outros de “classicismo”, por um lado, e o modernismo, por outro.
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ISBN:
eISBN: 978-989-26-0236-3
DOI: 10.14195/978-989-26-0236-3_11
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 229-248
Data: 2011
Palavras-Chaves
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