O livro como arma política: editoras maoistas em Portugal nos anos 1970
The book as a political weapon: Maoist publishing houses in Portugal in the 1970s
Flamarion Maués
No amplo panorama das editoras políticas em Portugal nos anos 1960-70, destacam-se as editoras de livros ligadas a grupos maoistas (marxistas-leninistas). Desde 1964, com o surgimento do Comité Marxista-Leninista Português (CMLP) e da Frente de Acção Popular (FAP) como dissidências do Partido Comunista Português (PCP) vinculadas ao maoismo, iniciou-se no país uma proliferação de grupos de esquerda radical. Estes grupos deram grande importância à imprensa e à edição de livros, sendo responsáveis pela criação de dezenas de editoras e periódicos. Este artigo pretende mostrar quais eram estas editoras e a quais grupos se ligavam. Procuramos também analisar o papel do livro como arma no combate político, tendo como referência ideias de Jean-Yves Mollier, e mostrar a inserção dessas editoras na edição política (François Valloton e Julien Hage). Buscamos, ainda, analisar a inserção das editoras maoistas num período de enorme agitação política em Portugal, ou seja, imediatamente após o 25 de Abril de 1974, quando esses livros ajudaram a suprir uma grande demanda por informação e formação política. Acredito que os editores políticos atuavam para que tais obras tivessem um papel de intervenção na realidade do país, o que era expresso na fórmula do livro como «arma» política. Palavras-chave: Editoras e livros políticos, Maoismo, edição política, livros no 25 de Abril.
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ISBN: 978-989-26-2547-8
eISBN: 978-989-26-2548-5
DOI: 10.14195/978-989-26-2548-5_7
Área: História
Páginas: 221-247
Data: 2023
Palavras-Chaves
Editoras e livros políticos Maoismo edição política livros no 25 de Abril
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