As mulheres não sabem fazer nada? O Antifeminismo na imprensa portuguesa (1885-1914)
Do women not know how to do anything? The antifeminism in the Portuguese press (1885-1914)
Gabriela Mota Marques
O distanciamento entre os paradigmas e as representações social e moralmente convencionadas para as mulheres e os seus comportamentos, atitudes e atributos tidos como transgressores da norma está na origem de ideias, de (pre)conceitos e de imagens nem sempre favoráveis sobre o «ser feminino», do mesmo modo que coloca em causa os papéis de género. É esse o território propício para o antifeminismo. Ultrapassando o sentido restrito do termo que o identifica como a oposição ao feminismo e às intenções de emancipação e de reivindicação de direitos, o antifeminismo engloba, também, as interpretações, os estereótipos e as tradições enraizadas sobre a natureza imperfeita e a inferioridade femininas. A imprensa, enquanto veículo privilegiado de difusão e de formação de conceitos e de opiniões, detém, na transição do século xix para o século xx, um papel central na questão, consubstanciando os discursos oficiais dos vários pilares que estruturam a sociedade portuguesa. A ênfase é colocada no registo humorístico, escrito e gráfico, explorando os significados diretos e implícitos que o riso e o objeto risível proporcionam e avaliando as tendências no que respeita aos assuntos tratados e aos agentes desses discursos.
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ISBN: 978-989-26-2547-8
eISBN: 978-989-26-2548-5
DOI: 10.14195/978-989-26-2548-5_8
Área: História
Páginas: 249-304
Data: 2023
Palavras-Chaves
antifeminismo mulheres género imprensa periódica
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