Sebastião Tavares de Pinho
Se o teatro teve sempre um papel de particular relevo na formação mental, cívica, política, cultural e artística dos povos, bem como na análise psicológica e no mais profundo conhecimento da alma humana, a sua função foi igualmente importante ao serviço da pedagogia escolar e académica, em particular no aprendizado das línguas estrangeiras e da cultura que elas veiculam. É o caso do teatro neolatino, cuja prática se fomentou nos colégios e nas universidades da Europa em geral, no tempo em que o latim atingiu o amplo estatuto de única língua internacional de comunicação e cultura. Em Portugal, especificamente, esse fenómeno dramatúrgico verificou-se sobretudo a partir de meados do século XVI, primeiramente no âmbito do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, com o trabalho de mestres como Jorge Buchanan e Diogo de Teive, e depois com a sistemática produção dos jesuítas, a partir do momento em que estes assumiram a direção do mesmo colégio, estendendo a prática do teatro em latim a muitos dos colégios da Companhia, quer em Portugal continental, quer em terras de missão no Brasil, na África e na Ásia. Esse tipo de teatro tinha raízes nos meios escolares e universitários da Europa culta de então, e o seu intercâmbio cruzou-se durante séculos e teve decisiva influência em muito do teatro moderno. O presente livro reúne os trabalhos apresentados por um grupo de especialistas que, num colóquio realizado para o efeito pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, abordou alguns destes e de outros aspetos do teatro neolatino português e do contexto europeu em que ele se gerou, aproveitando a circunstância para celebrar os 450 anos da Tragédia do Príncipe, do dramaturgo Diogo de Teive.
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1.ª Edição
ISBN: 972-8704-75-5
eISBN: 978-989-26-0482-4
DOI: 10.14195/978-989-26-0482-4
Série: Documentos
Páginas: 309
Data: Junho, 2006
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