Wole Soyinka
Gigantes em Cena mostra um quadro estático no qual os “gigantes” do título, Kamini, Gunema, Kasko e Tuboum – representações levemente disfarçadas de Idi Amin Macias Nguema, Jean-Bedel Bokassa e Mobutu Sese Seko, respetivamente – se apresentam como constituintes dos produtos pós-coloniais das superpotências do ocidente. Kamini, por exemplo, é colocado no poder pelos britânicos, financiado pelos americanos, militarmente armado pelos soviéticos e, no final, abandonado por todos, quando os serviços de um ditador insano já não lhes é conveniente. Gigantes em Cena constitui, deste modo, uma fantasia surreal de justiça poética internacional em que os sistemas de apoio económico e político dos governos ocidentais respondem, a seu tempo e bel-prazer, de forma catastrófica, aos monstros que eles próprios criaram e sobre os quais, consequentemente, perderam o controlo.<br>Nesta peça, Soyinka consegue reunir num só local todos os infames ditadores de África. O Secretário-Geral das Nações Unidas e dois delegados, da Rússia e dos Estados Unidos da América, constituem as outras personalidades que dão o caráter internacional a Gigantes em Cena. O pretexto para tal encontro é uma reunião das Nações Unidas. À medida que a peça se desenrola, assistimos ao papel que as superpotências desempenham na sustentação dos ditadores no poder e, simultaneamente, à verdadeira natureza destes ditadores africanos – as suas confusões, perversões sexuais, os conceitos errados que têm do poder e respetivas complexidades.
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1.ª Edição
ISBN: 978-989-26-1997-2
eISBN: 978-989-26-1998-9
DOI: 10.14195/978-989-26-1998-9
Série: Dramaturgia
Páginas: 180
Data: Dezembro, 2020
Palavras-Chaves
Gigantes Cena Kamini Gunema Kasko Tuboum
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