Susana Lobo
À reforma de mentalidades que o Estado Novo impunha com a sua “Política do Espírito” deveria corresponder necessariamente um diferente conceito de turismo e, consequentemente, de hotelaria. Após a época áurea dos Palace Hotel, é Francisco de Lima que lança as bases para a construção dessa nova imagem com a sua tese “Pouzadas”, apresentada ao I Congresso Nacional de Turismo de 1936, num momento em que o fenómeno turístico deixa de ser restrito às elites para estar ao alcance do “viajante mais modesto”, do “empregado público”, do “industrial que deseja conhecer o seu país e instruir-se”, do “estudante”. Produto singular de uma política oficial de turismo que se foi moldando ao longo de todo o século XX, as Pousadas constroem-se entre a afirmação de uma identidade nacional, a abertura possível a uma modernidade que se reivindica e a consciência crítica da perenidade de uma herança popular e monumental a valorizar, traçando o percurso que acompanha e traduz as condições políticas, as práticas sociais e a cultura arquitetónica do país. “Pousadas de Portugal: Reflexos da Arquitectura Portuguesa do século XX” faz uma análise da relação entre os modelos ideológicos e a sua expressão formal, espacial e construtiva, a partir do testemunho das Pousadas. Estudo que permite perceber as afinidades que o poder politico procura estabelecer com a arquitetura e como esta, marginalmente, consegue romper com o sistema para propor novas formas de pensar.
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1.ª Edição
ISBN: 972-8704-92-5
eISBN: 978-989-26-0466-4
DOI: 10.14195/978-989-26-0466-4
Série: Outros Títulos
Páginas: 180
Data: Janeiro, 2007
Palavras-Chaves
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