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Teatro tomo II: vida humana

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Sebastião Tavares de Pinho
Manuel José de Sousa Barbosa

Na produção teatral do Jesuíta Luís da Cruz, Vida Humana é o único exemplar do génerocomédia. Composta presumivelmente no ano de 1572, tendo em conta as alusões à batalhade Lepanto, esta peça impõe-se desde logo como um documento. Ela remete-nospara uma fase bem característica da história europeia e portuguesa, e para opapel educativo assumido então pela recém-criada Companhia de Jesus, atravésdos seus colégios. Nestes formaram-se, além de muitos nobres da classedirigente, muitos evangelizadores, alguns lendários, dos territórios“descobertos” na África, na Ásia e no Novo Mundo. Esta comédia, cujo enredomedievalizante obedece a um esquema simples (a Vida em combate com os Vícios, aMorte que os derrota e, por fim, a Virtude que sai em triunfo), terá o seu maiormérito num notável trabalho de escrita investido na construção das personagens.Destas, destacam-se as que dão expressão a vícios como a avareza, a inveja, eoutros, os chamados “pecados capitais”, aqui modelados duma forma que muito deveaos dois grandes comediógrafos latinos, Plauto e Terêncio. O autor teria poresta sua peça um apreço especial. Sugere-o a reformulação que fez ao textoprimitivo, de apenas 2241 versos, ampliando-o para um total de 4457, segundo a versãoimpressa no volume das Tragicaecomicaeque actiones (Lyon, 1605). Deste texto bem paradigmático do teatrojesuítico, pela circulação que terá tido nos colégios da Companhia, derivaramcertamente influências com frutos na posterior dramaturgia em vernáculo, comosugere Claude-Henri Frèches para o caso de Molière, aluno dos Jesuítas emFrança.

1.ª Edição
ISBN:
978-989-26-0129-8 (IUC) / 978-972-9376-24-5 (CEC-FLUL)
eISBN: 978-989-26-0242-4
DOI: 10.14195/978-989-26-0242-4
Série: Classica Digitalia: Portugaliae Monumenta Neolatina
Páginas: 506
Data: Novembro, 2011

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