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Eça de Queirós: riso, memória, morte

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Joana Duarte Bernardes

Assumindo como ponto de partida a aprendizagem da ficção, este livro procura entender a escrita queirosiana como um ofício de memória. Para isso, As Farpas surgem, pois, como um palco e como um laboratório. Como um palco, visto que se assiste ao teatro da realidade política e social traçado como um mundo às avessas, em que a subversão dos valores implica a assunção da vida como farsa; como laboratório, porque a observação da sociedade permite o arquivo (como documento posto em análise para ser diagnosticado) de uma tipificação do real. Do riso como opinião acabará por resultar a forja de personagens que, recriação das figuras anatomizadas n’As Farpas, serão sujeitas a um trabalho de individualização – como é o caso de Luísa, n’O Primo Basílio. Mas não apenas. A aclamada ironia como chave de leitura da obra de Eça encobre e anuncia a ubíqua presença da morte enquanto insuportável revelação da história de cada personagem – mesmo que a domesticação de Thanatos implique a apropriação cénica do cemitério romântico como prolongamento da cidade dos vivos.

2.ª Edição
ISBN:
978-989-26-0270-7
eISBN: 978-989-26-0931-7
DOI: 10.14195/978-989-26-0270-7
Série: Investigação
Páginas: 262
Data: Agosto, 2012

Palavras-Chaves
Literatura

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