Marta Várzeas
Data do séc. X o mais antigo códice com o tratado Do Sublime. Durante muito tempo atribuído a Cássio Longino (séc. III), o opúsculo é hoje geralmente considerado obra do séc. I, escrita por um anónimo ou por um Dionísio Longino do qual muito pouco se sabe. Ignorado, ao que parece, na Antiguidade e na Idade Média, só em 1554, em Basileia e pela mão de Francesco Robortello, veio o texto a conhecer a sua editio princeps, tendo sido depois sucessivamente editado e traduzido, primeiro para latim e, posteriormente, para várias línguas europeias, a começar pela célebre versão francesa de Boileau que, na Europa Ilustrada, se tornou a principal via de acesso ao tratado. Na linha de uma visão da arte retórica mais próxima do que entendemos por crítica literária, o Peri Hypsous afasta-se da abordagem estilística consagrada nos tratados de Retórica para definir o Sublime como uma qualidade dos discursos que suscita nos ouvintes e leitores não tanto a persuasão quanto o assombro e o êxtase. Ora é precisamente esta ideia de assombro e estremecimento suscitados pela linguagem literária que há-de inspirar as obras de Burke (A Philosophical Enquiry into the origin of our Ideas of the Sublime and Beautiful, 1757) e de Kant, entrando, assim, definitivamente o Do Sublime na história da Estética ocidental.
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1.ª Edição
ISBN: 978-989-26-1092-4
eISBN: 978-989-26-1093-1
DOI: 10.14195/978-989-26-1093-1
Série: Classica Digitalia: Autores Gregos e Latinos: textos
Páginas: 107
Data: Junho, 2015
Palavras-Chaves
Sublime ,Literatura, Estética, Retórica
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