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Filosofia aplicada e idealismo na Staatslehre de 1813

Applied philosophy and idealism in Fichte's Doctrine of the Sate (1813)

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João Geraldo Martins da Cunha

Neste trabalho analiso o sentido que a expressão “filosofia aplicada” assume nas conferências que Fichte realiza em 1813, conhecidas como Doutrina do Estado de 1813, ou ainda, Doutrina do Estado ou da relação entre Estado originário e reino da razão. Mais exatamente, gostaria de indicar o sentido, a meu ver, absolutamente inusitado que esta expressão adquire aqui, pelo menos se considerado à luz do repertório filosófico delineado pelo kantismo. A tese de Fichte parece inverter um esquema tradicional da razão moderna para sustentar que a ideia de liberdade deve ser assumida como o elemento a partir do qual inclusive a “natureza” pode vir a ser pensada. Este remanejamento, ou radicalização do “primado prático” parece implicar uma completa alteração na noção de “filosofia aplicada”, no sentido preciso de que “aplicação” e idealismo filosófico tornam-se faces de uma mesma moeda. Em vista disso, neste ensaio é testada a seguinte hipótese. A retórica destas Conferências, ao que tudo indica, remete à tese de que o “idealismo” – e isso no sentido preciso que Fichte pretende dar a este termo – não deve ser lido como uma opção filosófica a mais: ou se faz filosofia e, portanto, se assume este idealismo, ou não se faz filosofia. Desta forma, o que não deixa de causar estranhamento aos olhos acostumados à tradição, a “aplicação” da filosofia é uma vida moral [SW, IV, 389]; mas uma vida moral que deve pressupor uma noção forte de liberdade que, por sua vez, só pode ser assumida por tal idealismo.


ISBN:
978-989-26-1753-4
eISBN: 978-989-26-1754-1
DOI: 10.14195/978-989-26-1754-1_8
Área: Artes e Humanidades
Páginas: 187-209
Data: 2019

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